O governo federal anunciou mudanças significativas nas regras de transição do Bolsa Família que entraram em vigor a partir de junho de 2025. A nova portaria do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social estabelece critérios mais rígidos para permanência no programa, especialmente para famílias que ultrapassam o limite de renda estabelecido.
O que mudou nas regras de transição do Bolsa Família
A principal mudança está no tempo de permanência das famílias que ultrapassam o limite de renda de R$ 218 per capita. Anteriormente, essas famílias podiam continuar recebendo 50% do benefício por até 24 meses, desde que a renda não ultrapassasse meio salário mínimo por pessoa. Agora, esse prazo foi reduzido para apenas 12 meses, com um novo limite de renda fixado em R$ 706 per capita.
Segundo o ministério, essa fixação está alinhada à linha de pobreza internacional, mas na prática significa que famílias com renda ligeiramente superior serão desligadas mais rapidamente do programa.
Três grupos distintos de beneficiários
A nova regulamentação criou três categorias de beneficiários, cada uma com regras específicas:
Público 1: Famílias já protegidas
Beneficiários que já estavam na regra de proteção até junho de 2025 mantêm os direitos anteriores. Essas famílias podem permanecer no programa por até 24 meses com o limite de meio salário mínimo per capita. Essa medida garante que quem já estava protegido não seja prejudicado retroativamente.
Para mais informações sobre a regra de proteção, confira o vídeo explicativo:
Público 2: Novas famílias sem renda estável
Famílias que entrarem na regra de proteção a partir de julho de 2025 e não possuem membros com renda estável terão direito a apenas 12 meses de permanência. O limite de renda para esse grupo é de R$ 706 por pessoa, representando uma redução significativa no tempo de adaptação ao mercado de trabalho.
Público 3: Famílias com renda estável
O grupo mais afetado são as famílias com membros que recebem aposentadoria, pensão ou Benefício de Prestação Continuada (BPC). Essas famílias terão direito a apenas 2 meses de permanência no programa após ultrapassar o limite de renda. A justificativa do governo é que essas famílias já contam com proteção social contínua.
Impacto para famílias com pessoas com deficiência
Famílias que possuem integrantes com deficiência recebendo o BPC terão tratamento diferenciado, podendo permanecer até 12 meses na regra de proteção. Essa medida reconhece as necessidades especiais desse grupo, mas ainda representa uma redução em relação às regras anteriores.
Como fica o retorno ao programa
Uma das garantias mantidas é o mecanismo de retorno garantido. Famílias que deixarem o programa após o fim da regra de proteção poderão retornar com prioridade caso voltem à situação de pobreza. Esse retorno é válido por até 36 meses e permite a reversão do cancelamento sem necessidade de novo cadastramento.
Oscilação de renda e restabelecimento do benefício
Se durante o período de transição a renda familiar voltar a se enquadrar nos critérios de elegibilidade (abaixo de R$ 218 per capita), o valor integral do auxílio será automaticamente restabelecido.
Justificativas do governo para as mudanças
O Ministério do Desenvolvimento argumenta que as alterações visam “maior qualificação do gasto público” e foco em famílias de extrema vulnerabilidade.
A redução drástica para 2 meses no caso de famílias com renda estável é justificada pela existência de outras proteções sociais. Entretanto, críticos apontam que muitas dessas rendas são insuficientes para garantir condições dignas de vida, especialmente considerando os custos com saúde, alimentação e moradia.
O Alerta Gov recomenda que beneficiários verifiquem regularmente sua situação no aplicativo do Bolsa Família e mantenham seus dados atualizados no Cadastro Único.
Dúvidas frequentes
Qual o prazo para solicitar o retorno garantido ao Bolsa Família?
O retorno garantido ao Bolsa Família é válido por até 36 meses após o desligamento do programa, permitindo que famílias que voltem à situação de pobreza retornem com prioridade.
Posso acumular Bolsa Família com outros benefícios sociais?
Sim, é possível acumular o Bolsa Família com outros benefícios como BPC, aposentadoria e pensão, mas esses rendimentos entram no cálculo da renda familiar.
O que acontece se não atualizar o Cadastro Único?
A falta de atualização do Cadastro Único por mais de 2 anos pode levar ao bloqueio ou cancelamento do benefício. É importante manter os dados sempre atualizados.
Existe diferença no valor do benefício entre estados?
Não, o valor do Bolsa Família é padronizado nacionalmente, variando apenas conforme a composição familiar e a presença de crianças, adolescentes e gestantes.
Como consultar se minha família está na regra de proteção?
A consulta pode ser feita pelo aplicativo Bolsa Família, pelo site oficial do programa ou diretamente no CRAS do seu município com o número do NIS.
Quantas parcelas do Bolsa Família posso acumular?
O benefício pode ser acumulado por até 3 meses consecutivos. Após esse período, parcelas não sacadas retornam aos cofres públicos.
Mudança de cidade afeta o recebimento do benefício?
A mudança de cidade não cancela o benefício, mas é necessário atualizar o endereço no Cadastro Único no CRAS da nova cidade em até 60 dias.
Trabalho informal conta como renda para o Bolsa Família?
Sim, toda renda deve ser declarada, incluindo trabalhos informais, vendas, diárias e qualquer outro tipo de rendimento da família.