Imagine esperar meses por uma consulta com um especialista ou uma cirurgia que pode mudar a vida. Para milhões de brasileiros que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), essa é uma realidade comum. Mas, a partir de agosto de 2025, uma nova regra promete aliviar essa espera.
Pacientes do SUS poderão ser atendidos por planos de saúde, em um programa que converte dívidas das operadoras em atendimentos. Com um ressarcimento inicial de R$ 750 milhões, a iniciativa busca reduzir filas e oferecer mais dignidade a quem precisa.
Como isso vai funcionar na prática? Quais os benefícios e desafios? Continue lendo para entender tudo sobre essa mudança.
Como funciona a nova regra para o SUS
A nova regra, parte do programa Agora Tem Especialistas, permite que operadoras de planos de saúde atendam pacientes do SUS em troca do abatimento de dívidas com o governo. Essas dívidas surgem quando planos não reembolsam o SUS por procedimentos realizados na rede pública por seus beneficiários.
Agora, ao invés de pagar ao Fundo Nacional de Saúde, as operadoras oferecerão consultas, exames e cirurgias diretamente aos usuários do SUS.
A adesão é voluntária e ocorre por meio da plataforma InvestSUS. As operadoras devem comprovar capacidade técnica e atender a um edital conjunto do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O foco está em seis áreas prioritárias: oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia.
Quais pacientes do SUS serão beneficiados
Nem todos os pacientes do SUS serão atendidos imediatamente na rede privada. A prioridade é para aqueles que aguardam procedimentos de média e alta complexidade nas áreas mencionadas. Por exemplo, alguém precisando de uma cirurgia ortopédica ou um exame oncológico pode ser encaminhado a um hospital privado conveniado.
O acesso seguirá o fluxo normal do SUS:
- O paciente procura uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
- O médico avalia e solicita atendimento especializado.
- A central de regulação define o local, que pode ser na rede pública ou privada.
Nenhum cadastro extra é necessário. A seleção considera a demanda local, definida por estados e municípios. Em 2024, o SUS realizou cerca de 1,2 bilhão de procedimentos ambulatoriais, segundo o Ministério da Saúde, mostrando a escala do desafio.
Como acessar o atendimento pelos planos de saúde
Para o usuário, nada muda no acesso inicial. A jornada começa na UBS, onde a necessidade de um especialista é identificada. A regulação estadual ou municipal decide se o atendimento será na rede pública ou em uma unidade privada conveniada. O serviço é gratuito, e o paciente será informado sobre onde e quando será atendido.
A diferença está na agilidade. Com a rede privada absorvendo parte da demanda, espera-se que filas diminuam. Por exemplo, em 2023, algumas regiões tinham esperas de até 12 meses por cirurgias eletivas. A nova regra visa reduzir esse tempo significativamente.
Impactos para os planos de saúde
Para as operadoras, a iniciativa traz benefícios e desafios. Ao converter dívidas em atendimentos, elas regularizam sua situação fiscal e evitam litígios judiciais. Além disso, hospitais conveniados podem usar melhor sua capacidade ociosa. Em 2024, a ANS relatou que 47 milhões de brasileiros tinham planos de saúde, mas muitos leitos privados permaneciam subutilizados.
Por outro lado, as operadoras precisam garantir que seus beneficiários não sejam prejudicados. A ANS promete fiscalizar rigorosamente, aplicando multas se necessário. Planos de grande porte devem oferecer ao menos 100 mil atendimentos mensais ao SUS, enquanto os menores, 50 mil, dependendo da demanda local.
O que muda para o usuário do SUS
Para o usuário, a principal mudança é a possibilidade de atendimento mais rápido, especialmente em especialidades com longas filas. Não há custos extras, e o processo permanece integrado ao SUS. No entanto, a implementação depende da adesão das operadoras e da capacidade de regulação local.
Há também a promessa de maior dignidade no atendimento. Hospitais privados muitas vezes oferecem infraestrutura superior, como equipamentos modernos e menos superlotação. Mas será que todos os pacientes terão acesso igualitário? Essa é uma questão que exige acompanhamento.
Dúvidas frequentes
- Quem pode ser atendido na rede privada pelo SUS? Pacientes que aguardam procedimentos nas áreas prioritárias, como oncologia e ortopedia, indicados pela regulação do SUS.
- É preciso pagar para ser atendido por planos de saúde? Não, o atendimento é gratuito, assim como no SUS.
- Como saber se serei atendido na rede privada? A central de regulação informará o local do atendimento após avaliação na UBS.
- Quais especialidades estão incluídas? Oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia.
- A iniciativa vai acabar com as filas no SUS? Não totalmente, mas espera-se reduzir o tempo de espera significativamente.
A partir de agosto de 2025, pacientes do SUS poderão ser atendidos por planos de saúde, uma medida que promete agilizar consultas e cirurgias em áreas como oncologia e cardiologia.
Com R$ 750 milhões iniciais, o programa Agora Tem Especialistas busca reduzir filas e melhorar o atendimento, sem custos para o usuário. Apesar do otimismo, desafios como adesão das operadoras e equidade regional precisam ser superados.
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