O programa Pé-de-Meia, uma iniciativa federal que oferece incentivos financeiros a estudantes do ensino médio público, tem sido fundamental para combater a evasão escolar e promover a inclusão educacional. Com aproximadamente 4 milhões de beneficiários em todo o país, o programa visa incentivar a permanência dos jovens na escola e apoiar seu desenvolvimento acadêmico e profissional.
No entanto, o futuro do programa está atrelado à regularização orçamentária, que precisa ser ajustada com urgência. Confira as últimas atualizações a seguir!
Medida provisória e ajustes fiscais
Na noite da última quarta-feira, 11 de junho, o governo federal publicou uma medida provisória que, entre outras ações, inclui os gastos com o programa Pé-de-Meia no cálculo do piso constitucional da educação. Isso significa que os R$ 12 bilhões estimados para o programa em 2026 serão considerados parte dos 18% da receita líquida de impostos que a União deve investir em educação, conforme a Constituição. Essa decisão, de acordo com o Ministério da Fazenda, visa o “fortalecimento ainda maior do arcabouço fiscal”.
O arcabouço fiscal refere-se ao conjunto de regras, medidas e parâmetros para a condução da política fiscal de um país, ou seja, é o controle dos gastos e receitas públicos. O objetivo é proporcionar maior credibilidade e previsibilidade à economia, além de assegurar o financiamento de serviços essenciais como saúde, educação e segurança pública.
Implicações da MP e novas regras
Além de incluir o Pé-de-Meia no piso da educação, a medida provisória publicada também prevê outras mudanças significativas. Entre as novas disposições, destacam-se a aumento de impostos sobre apostas esportivas, a criação de tarifas sobre títulos de investimento em renda fixa (como LCI e LCA, que antes eram isentos de Imposto de Renda), e a modificação nas taxas sobre rendimentos de investimentos em diversas aplicações financeiras.
Embora a MP tenha força de lei, as alterações não entram em vigor imediatamente. A maioria das mudanças só começará a valer a partir de 2026, e o Congresso Nacional tem até 120 dias para aprovar o texto, ou ele perderá a validade.
O que está em jogo então?
A adequação orçamentária do programa Pé-de-Meia é mais do que uma questão financeira; está em jogo o futuro de milhões de estudantes brasileiros e, por consequência, o desenvolvimento educacional e social do país. A pressão sobre o governo para que encontre uma solução eficaz e rápida cresce a cada dia, pois o impacto dessa decisão pode afetar diretamente a vida de jovens de famílias de baixa renda que dependem desse apoio para concluir seus estudos.