O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está enfrentando uma verdadeira crise. A fila para a realização de perícias médicas, um dos procedimentos essenciais para a concessão de benefícios, bateu recorde no mês de maio, com cerca de 956.900 pedidos em espera. Esse número superou os 921.400 registrados no mês anterior, abril, e é o maior desde dezembro de 2023, quando 850 mil pessoas aguardavam pela avaliação de médicos peritos.
Esse cenário alarmante demonstra o desespero de muitos brasileiros que, sem a realização da perícia, ficam vulneráveis a um sistema sobrecarregado e com tempo de espera elevado. Continue lendo e veja mais detalhes sobre esta situação.
O que está por trás da fila do INSS
A sobrecarga do sistema de perícias médicas
A fila de espera para a perícia médica do INSS não é um problema recente. Contudo, nos últimos meses, ela se agravou de forma absurda. Atualmente, mais de 594 mil pedidos aguardam perícias iniciais, o que significa que os beneficiários ainda não receberam nenhum tipo de apoio financeiro ou assistência. Além disso, outros 282 mil pedidos dizem respeito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas), destinado a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Isso mostra que, além de um problema de falta de médicos peritos, existe também uma falta de estrutura e recursos para atender à demanda que só cresce.
O impacto das greves e mudanças no Atestmed
O cenário piorou ainda mais devido à greve parcial dos médicos peritos, que aconteceu entre agosto de 2024 e abril de 2025. Durante esse período, cerca de 10% da categoria aderiu ao movimento, o que causou uma queda no número de atendimentos e elevou ainda mais a fila de espera. Isso aconteceu por causa de uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que considerou ilegal um acordo que permitia a redução de 40% na produtividade exigida dos peritos médicos. Esse movimento resultou em um aumento de 62,7% na fila de espera.
Além disso, a recente mudança nas regras do Atestmed, sistema que dispensava a perícia médica presencial, também impactou negativamente o atendimento. O governo federal estabeleceu um limite de 30 dias para benefícios concedidos sem perícia presencial, que antes era de 180 dias, o que gerou um grande mal-estar dentro do INSS e um aumento da demanda por atendimentos presenciais.
O papel da chegada de novos peritos médicos
A expectativa para diminuir a fila de espera é de que a chegada de novos peritos médicos traga uma folga ao sistema. Em junho de 2025, o resultado do concurso público para peritos médicos federais foi publicado, e 250 candidatos foram aprovados. Esses profissionais vão começar a trabalhar nas agências da Previdência Social até o dia 15 de agosto, depois de passarem por treinamento. Com a ampliação do quadro de profissionais, o tempo de espera para a realização de perícias médicas deve diminuir, mas vai ser preciso um esforço conjunto para lidar com o volume de pedidos acumulados.
O que os cidadãos podem fazer
Como agendar a perícia médica
Diante dessa situação, muita gente se encontra perdida e sem saber como fazer para garantir seus direitos. Se quiser agendar uma perícia médica, você deve entrar em contato com a central de atendimento 135, ou acessar o aplicativo Meu INSS disponível para Android e iOS. O atendimento telefônico funciona de segunda-feira a sábado, das 7h às 22h.
Além disso, é importante que tenha em mãos alguns documentos essenciais para garantir o agendamento da perícia. São eles: documento de identificação com foto, laudo médico com diagnóstico e tratamentos, exames realizados e prescrições médicas. A falta de qualquer um desses documentos pode atrasar o processo.
O que os cidadãos enfrentam ao esperar pela perícia
O tempo médio de espera, que em maio foi de 56,37 dias, é um fator que deixa muita gente apreensiva. Em estados como o Amazonas, o tempo de espera foi de 176,3 dias, um número alarmante para quem precisa do benefício para sobreviver. A ansiedade é clara, já que muita gente depende do resultado da perícia para ter acesso a tratamentos médicos ou até mesmo para garantir o próprio sustento.
A crise do INSS e os desafios do governo
Consequências e possíveis soluções para a crise
A crise no INSS não é uma situação que pode ser resolvida rapidamente. O governo federal tenta contornar a situação com algumas medidas emergenciais, como a ampliação excepcional de 120 dias do prazo para a duração do Atestmed, que passou a ser de 60 dias. Embora a chegada de novos peritos médicos seja uma boa notícia, a realidade é que o problema é mais complexo, envolvendo tanto questões operacionais quanto estruturais.
Como você viu, o tempo de espera para a perícia médica do INSS afeta milhões de brasileiros, muitos dos quais dependem do benefício para sobreviver. A pressão sobre o sistema previdenciário é enorme, e o reflexo disso é visto não apenas no aumento da fila, mas também nas dificuldades que os cidadãos enfrentam ao tentar acessar seus direitos. Mas a pergunta que fica é: o que precisa ser feito para resolver esta situação?
A crise do INSS e a fila de perícias médicas não são problemas que podem ser ignorados. As mudanças precisam ser mais amplas, desde a estrutura do sistema até a forma como as políticas públicas são implementadas. Em um país onde a previdência social é uma parte essencial para garantir a sobrevivência de muita gente, garantir que as filas não sejam mais uma barreira para quem já enfrenta dificuldades é fundamental, não é mesmo? Por isso, se você precisa dessa ajuda, fique de olho nas próximas informações.