Em novembro de 2025, o programa Bolsa Família passou por uma grande atualização cadastral, resultando no cancelamento do benefício para 367 mil famílias. O motivo central foi o não comparecimento para atualizar os dados junto ao Cadastro Único, condição que precisa ser cumprida periodicamente para manter o direito ao repasse.
O impacto se estende a milhares de cidadãos que dependem do pagamento mensal e reforça a necessidade de atenção às regras e procedimentos divulgados oficialmente.
O governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), também bloqueou temporariamente outros 963 mil benefícios, ampliando o número de famílias afetadas pela ação.
O alerta é para a importância de sempre manter as informações atualizadas e atender às convocações emitidas pelo programa social. Entenda como funcionam os processos de atualização, as diferenças entre bloqueio, suspensão e cancelamento, além de orientações para regularização e retorno ao benefício.
Por que o Bolsa Família cancelou o benefício de 367 mil famílias?
O cancelamento do benefício ocorreu principalmente por ausência de atualização cadastral exigida pelo programa. As famílias convocadas para a Revisão Cadastral e Averiguação Cadastral, que não responderam ao chamado, tiveram o benefício encerrado e o pagamento suspenso de forma definitiva.
Outros dois fatores também levaram ao desligamento. O primeiro é o fim da Regra de Proteção, que permite a permanência temporária no programa após o aumento da renda. Essa regra é aplicada a famílias cuja renda ultrapassa o limite original, mas permanece dentro dos critérios estendidos. Após 24 meses nesse status, cerca de 216 mil famílias deixaram de se enquadrar e perderam o direito ao repasse.
O terceiro motivo é o aumento da renda familiar acima dos limites aceitos pelo programa. Mais de 121 mil famílias deixaram de se encaixar nas exigências, superando o valor per capita estipulado na Regra de Proteção, situação que levou ao desligamento imediato.
Diferentes tipos de interrupção do benefício
O Bolsa Família prevê três tipos principais de interrupção do benefício:
- Bloqueio: Interrupção temporária para quem não atualizou os dados no cadastro dentro do prazo.
- Suspensão: Quando há descumprimento das obrigações relacionadas à saúde e educação impostas pelo programa.
- Cancelamento: Medida definitiva, em que a família perde o acesso ao benefício e só pode retornar ao programa através de novo cadastro.
Números do Bolsa Família em novembro de 2025
Segundo dados oficiais divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento Social, o programa atendeu em novembro de 2025 um total de 18.656.808 famílias. No período, foram repassados R$ 12,69 bilhões, com valor médio de R$ 683,28 por família.
No total, 48,5 milhões de pessoas foram beneficiadas, sendo que 83,91% das famílias têm mulheres como responsáveis.
Considerando as interrupções temporárias, cerca de 1,03 milhão de famílias (7,53% do total) estão com os benefícios bloqueados ou suspensos. Destas, 963 mil permanecem bloqueadas por pendências na revisão do cadastro, enquanto cerca de 76 mil estão suspensas por falhas no cumprimento das obrigações do programa, como a frequência escolar exigida para crianças e o acompanhamento de saúde.

Como regularizar o cadastro e evitar o cancelamento
A atualização cadastral é obrigatória para todos os integrantes do Bolsa Família. Ao ser convocado, o responsável familiar precisa procurar o CRAS do município levando documentação de todos os membros, incluindo CPF, RG, certidões de nascimento, comprovante de endereço atualizado e carteira de trabalho.
Para gestantes, é necessário apresentar o cartão de acompanhamento pré-natal. A não apresentação da documentação dentro do prazo informado resulta em bloqueio inicial e, caso não haja regularização, cancelamento definitivo.
O processo de revisão cadastral tem alta relevância: até novembro, 59,5% das famílias convocadas já haviam atualizado os dados. O número, porém, mantém mais de 914 mil famílias sob risco de desligamento caso a atualização não seja concluída.
Documentos necessários para atualização
- CPF e RG de todos os integrantes da família
- Certidão de nascimento para crianças
- Comprovante de residência recente
- Carteira de trabalho (para quem possui)
- Cartão de pré-natal para gestantes
A recomendação é que o beneficiário fique atento a qualquer notificação recebida pelo aplicativo, extrato bancário ou canais oficiais, redobrando o cuidado com prazos.
Regra de Proteção: alterações para 2025
Desde junho de 2025, a Regra de Proteção passou por mudanças relevantes. Famílias cuja renda per capita mensal ultrapasse R$ 218, sem exceder R$ 706, podem continuar no programa recebendo metade do valor do benefício. O tempo de permanência varia: 12 meses para renda variável (como empregos formais e informais) e 2 meses para renda estável, caso de aposentadoria, pensão ou BPC.
Quem já estava vinculado à Regra de Proteção antes de junho de 2025 mantém o prazo anterior de 24 meses, desde que a renda não ultrapasse R$ 759 por pessoa.
O que fazer após o cancelamento: possibilidade de retorno
Caso a renda da família volte a ser compatível com os critérios do programa, existe o mecanismo do Retorno Garantido. Isso permite a reentrada automática do beneficiário, sem necessidade de novo processo. Essa regra traz maior segurança social para famílias que, por motivos pontuais, tenham alta de renda, mas depois retornem à condição anterior.
Atendimento e informações para beneficiários
Quem estiver com dúvidas pode buscar orientações via Central de Atendimento pelo número 121, chat online no site do MDS, atendimento presencial no CRAS ou pelo aplicativo Bolsa Família disponível para celulares. Esses canais também enviam mensagens e comunicados sobre bloqueios, suspensões e convocações para regularização junto ao Cadastro Único.
Comunicações oficiais
As principais mensagens são enviadas pelo extrato bancário, aplicativo e central telefônica. Comunicações falsas ou divulgadas por redes sociais não são reconhecidas como oficiais. O acompanhamento periódico evita surpresas e aumenta as chances de manter o benefício ativo.
Acesse informações semelhantes a esta no Portal Alerta Gov.











