Imagine descobrir que, sem saber, alguém tirou dinheiro do seu benefício do INSS mês após mês. Parece injusto, não é? Pois isso aconteceu com milhões de aposentados e pensionistas no Brasil, vítimas de um esquema de descontos indevidos que movimentou bilhões de reais.
A boa notícia? O governo anunciou um acordo para devolver esses valores, corrigidos pela inflação, e o processo começou em 11 de julho de 2025. A partir de agora, é possível recuperar o que foi tirado, e o prazo para contestar vai até 14 de novembro de 2025.
Já pensou se você ou alguém da sua família tem dinheiro a receber? Este texto explica como funciona o ressarcimento, o que fazer para pedir a devolução e como se proteger de novos golpes.
Sumário
- O que foi o escândalo do INSS
- Como funciona o acordo de ressarcimento
- Como contestar descontos indevidos
- Medidas do governo para proteger os beneficiários
- Dúvidas frequentes
O que foi o escândalo do INSS
A história começou a ganhar destaque em 2023, quando reportagens revelaram que associações e sindicatos descontavam mensalidades de aposentados e pensionistas sem autorização. Entre 2019 e 2024, cerca de R$ 6,3 bilhões foram retirados de benefícios, muitas vezes por entidades sem estrutura para oferecer os serviços prometidos, como assistência jurídica ou descontos em planos de saúde.
A investigação, chamada Operação Sem Desconto, mostrou que 97% dos beneficiários entrevistados não autorizaram essas cobranças. O esquema envolveu até falsificação de assinaturas, atingindo milhões de pessoas, especialmente no Nordeste.
Alguém da sua família já verificou o contracheque para checar se foi vítima?
Como funciona o acordo de ressarcimento
O governo, junto ao Supremo Tribunal Federal, criou um acordo para devolver os valores descontados indevidamente entre março de 2020 e março de 2025. A partir de 11 de julho de 2025, 1,86 milhão de pessoas já podem aderir, com pagamentos começando em 24 de julho, em lotes diários de 100 mil.
O dinheiro, corrigido pela inflação, será depositado na mesma conta do benefício, em parcela única. Quem aderir primeiro recebe antes, segundo o presidente do INSS, Gilberto Waller.
Quem pode participar
Podem aderir ao acordo beneficiários que contestaram descontos, mas não receberam resposta das entidades. Até agora, 3,8 milhões de contestações foram registradas, mas 3 milhões de casos ainda aguardam resposta. Pessoas com mais de 80 anos, indígenas e quilombolas têm contestação automática, facilitando o acesso.
Passo a passo para aderir pelo Meu INSS
Para aceitar o acordo pelo aplicativo Meu INSS, o processo é simples:
- Acesse com CPF e senha.
- Vá em “Consultar Pedidos” e clique em “Cumprir Exigência”.
- Leia o último comentário, selecione “Sim” em “Aceito receber” e envie.
- Pronto! O valor será depositado automaticamente.
Quem preferir atendimento presencial pode ir às agências dos Correios. Já imaginou a sensação de receber esse dinheiro de volta?
Como contestar descontos indevidos
Se ainda não contestou, dá tempo! O prazo vai até 14 de novembro de 2025. No Meu INSS, é possível verificar o valor descontado, a entidade responsável e o período. Após checar, o beneficiário informa se reconhece ou não a cobrança. A associação tem 15 dias para provar a autorização. Sem prova, deve devolver o valor em mais 15 dias, ou o caso vai para a Advocacia-Geral da União.
Prazo para contestação
O prazo até novembro de 2025 dá a chance de revisar contracheques antigos, desde 2019. É importante checar com calma, já que muitos não perceberam os descontos por falta de acesso ao Meu INSS.
Canais disponíveis
Além do Meu INSS, a Central 135 e as agências dos Correios oferecem suporte. A partir de agosto, o Prevbarco também ajudará, especialmente em áreas remotas. Já pensou em ajudar um parente idoso a verificar isso?
Medidas do governo para proteger os beneficiários
Para evitar novos golpes, o governo suspendeu todos os descontos associativos e bloqueou R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades. Servidores envolvidos foram afastados, e a Polícia Federal abriu 12 inquéritos. O INSS também planeja melhorar a segurança com biometria e assinatura eletrônica.
Uma Medida Provisória deve liberar R$ 3 bilhões para garantir os pagamentos. Essas ações mostram um esforço para proteger os beneficiários, mas será que são suficientes?
Dúvidas frequentes
- Quem tem direito à devolução?
Aposentados e pensionistas com descontos indevidos entre março de 2020 e março de 2025, que contestaram sem resposta das entidades. - Precisa de advogado para aderir?
Não, a adesão é gratuita e feita diretamente pelo Meu INSS ou Correios. - Como saber se fui vítima?
Acesse o Meu INSS, consulte o extrato e verifique descontos de mensalidades associativas. - O que acontece se a entidade não devolver?
O INSS, com apoio da AGU, buscará o ressarcimento judicialmente. - Posso contestar depois de aderir ao acordo?
Não, aderir ao acordo implica desistir de ações judiciais sobre os descontos.
Recuperar o dinheiro tirado sem permissão é um alívio para milhões de aposentados e pensionistas, mas o escândalo do INSS deixa lições. A falta de fiscalização permitiu que o esquema crescesse, afetando pessoas que dependem do benefício para viver. Agora, com o acordo, há uma chance de corrigir essa injustiça, mas a proteção futura depende de mais transparência e segurança no sistema.
Cerca de R$ 2,6 bilhões já estão garantidos para devolução, e o governo promete buscar cada centavo desviado. Além disso, iniciativas como o Prevbarco e parcerias com Defensorias Públicas mostram atenção a quem mais precisa.
Já verificou seu contracheque ou ajudou alguém a checar? Como garantir que isso não se repita com quem confia no INSS?