Quem vive em situação de vulnerabilidade no Brasil já deve ter ouvido falar do Cadastro Único, ou simplesmente CadÚnico. Mas, na prática, surgem muitas dúvidas: é preciso informar o NIS ou o CPF? Como saber qual usar? E o que mudou com as novas orientações do governo?
Antes de tudo, vale compreender como esse cadastro impacta diretamente a vida de milhões de famílias. Para muitas delas, ele é o primeiro passo para conseguir acesso a benefícios que fazem diferença na mesa, no aluguel e até nos estudos dos filhos.
Por que o CadÚnico é tão importante
Muitas famílias com renda mais baixa conseguem, por meio do CadÚnico, se conectar a iniciativas como o Bolsa Família, o Auxílio Brasil, além de programas habitacionais, isenção de taxas e descontos em contas de luz e água. Mas não para por aí.
Esse cadastro ajuda o poder público a mapear a realidade de quem mais precisa, possibilitando políticas mais próximas da vida real. Em vez de formulários longos e repetitivos, uma única base de dados concentra tudo o que é necessário.
NIS ou CPF: o que realmente importa
A confusão entre esses dois documentos é comum. Por isso, é importante esclarecer a função de cada um dentro do processo de inscrição no CadÚnico.
NIS: a chave de acesso aos benefícios
O Número de Identificação Social (NIS) funciona como um código que liga cada cidadão ao sistema de programas sociais. Ele é gerado assim que alguém se inscreve no CadÚnico e será sempre o dado principal no momento de acessar benefícios como o Bolsa Família.
Quem já teve carteira assinada, por exemplo, pode já ter um NIS mesmo sem saber. Mas caso não tenha, ele será criado no momento da inscrição.
CPF: documento complementar
Já o CPF é aquele número mais conhecido, presente no dia a dia de qualquer brasileiro desde a abertura de uma conta até a compra no supermercado. Dentro do CadÚnico, ele também é importante, mas com outra função: confirmar a identidade do cidadão e evitar fraudes. Ou seja, ele não substitui o NIS, mas colabora para garantir que tudo esteja correto.
O que mudou nas regras do CadÚnico
Nos últimos tempos, novas normas foram anunciadas para tornar a inscrição mais clara e prática. Agora, o NIS passa a ser o dado principal no momento do registro. Isso ajuda a organizar melhor as informações e evitar duplicidades.
Mesmo assim, quem já tem CPF precisa informá-lo, já que ele continua sendo uma peça importante no processo de validação.
Como fazer a inscrição no CadÚnico
Para quem ainda não está cadastrado, o processo é simples, mas exige atenção. Veja o passo a passo:
- Reúna os documentos
É necessário ter em mãos RG, CPF, comprovante de residência e, se possível, a certidão de nascimento de todos os membros da família. - Procure o CRAS mais próximo
O Centro de Referência de Assistência Social é o local responsável pelo atendimento. Lá, será possível iniciar o cadastro. - Informe os dados corretamente
Será solicitado o preenchimento de informações sobre todos os integrantes da família: idade, escolaridade, renda e condições de moradia. - Acompanhe o processo
Depois do registro, uma análise é feita para verificar se há direito aos benefícios. Em alguns casos, o retorno pode demorar um pouco por isso, é importante manter contato com o CRAS.
O que fazer para evitar problemas no cadastro
Documentos vencidos ou informações inconsistentes podem atrasar ou até impedir o acesso aos programas sociais. Por isso:
- Verificar todos os dados antes de entregar a documentação
- Atualizar o cadastro sempre que houver mudança na família, como nascimento, falecimento ou nova renda
- Manter os canais de contato atualizados para que o CRAS possa localizar a família, se necessário
Quais benefícios estão disponíveis para quem está no CadÚnico
A lista é extensa e vai além do Bolsa Família e do Auxílio Brasil. Famílias cadastradas podem conseguir:
- Tarifa social na conta de luz
- Isenção em taxas de concursos públicos
- Participação em programas de moradia
- Auxílio na compra de alimentos e medicamentos
Em tempos difíceis, cada um desses apoios pode representar alívio e dignidade. Mas será que todas as pessoas que poderiam se beneficiar disso sabem como acessar?
Conectar-se ao CadÚnico é mais do que preencher um formulário. É garantir que a realidade de milhares de brasileiros seja vista, reconhecida e atendida com respeito e responsabilidade. Muitas vezes, tudo começa com uma pergunta simples: “Será que tenho direito?”