Imagine depender de um benefício que garante comida na mesa, contas em dia e, de repente, receber a notícia de que ele vai ser suspenso? Pois é. Em julho de 2025, essa é realidade de muitas famílias. Cerca de 1 milhão de famílias receberam essa notícia, pois deixaram de receber o Bolsa Família, segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Esse número assusta, mas por trás dele existem motivos claros, como aumento de renda e regras do programa.
O que levou a essa decisão? Como isso afeta a vida dessas pessoas? A seguir, você vai ver os motivos, as consequências e os detalhes para entender o cenário. Continue lendo para saber mais e entender sobre o impacto disso tudo.
Motivos para a exclusão de famílias
Muitas famílias foram retiradas do Bolsa Família pois conseguiram melhorar sua renda. Em julho deste ano, 385 mil domicílios passaram o limite de R$ 759 por pessoa, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS). Isso reflete um mercado de trabalho aquecido, com 98,87% das vagas formais criadas em 2024 ocupadas por pessoas do Cadastro Único, sendo 75,5% beneficiárias do programa.
Fim do prazo da Regra de Proteção
Outra razão significativa é o término do período de Regra de Proteção. Essa medida permitia que famílias com renda entre R$ 218 e meio salário mínimo por pessoa recebessem 50% do benefício por até 24 meses. Em julho, 536 mil famílias chegaram a esse prazo máximo e foram desligadas. A Regra de Proteção ajuda na transição para o mercado de trabalho, mas, após dois anos, o benefício é suspenso se a renda se mantiver acima do limite.
No entanto, essas pessoas são protegidas pelo Retorno Garantido, usada quando o período de 24 meses na Regra de Proteção foi ultrapassado ou quando foi solicitado o desligamento do programa por conta própria, voltam à situação de pobreza. Assim, essas pessoas têm prioridade para voltar ao programa.
Novas regras em vigor
Em julho de 2025, novas regras entraram em vigor, que já chegaram a cerca de 36 mil famílias. Famílias que ingressarem na Regra de Proteção agora recebem 50% do benefício por apenas 12 meses, se a renda per capita estiver entre R$ 218 e R$ 706. Para aquelas com renda estável, como aposentadorias ou Benefício de Prestação Continuada (BPC), o prazo é ainda menor: 2 meses. Famílias com pessoas com deficiência, no entanto, têm até 12 meses de permanência, considerando revisões periódicas do BPC. Essas mudanças buscam priorizar quem está em maior vulnerabilidade e otimizar o orçamento do programa.
Modernização do Cadastro Único
A modernização do Cadastro Único (CadÚnico), iniciada em março de 2025, também contribuiu para as exclusões. Com a integração de dados do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), o governo identificou inconsistências, como cadastros duplicados ou informações desatualizadas. Desde 2023, contando com as saídas de julho deste ano, cerca de 8,6 milhões de famílias foram desligadas do programa, muitas por irregularidades, especialmente em cadastros unipessoais. Essa fiscalização mais rigorosa garante que o benefício chegue a quem realmente precisa.
Consequências dos cortes
Os números mostram um lado positivo: a redução da pobreza. Em 2023, os índices de pobreza (27,4%) e extrema pobreza (4,4%) atingiram os menores patamares em anos, segundo o Banco Mundial. Além disso, 972 mil pessoas do Cadastro Único alcançaram a classe média, com renda individual acima de R$ 3,4 mil. O Bolsa Família, aliado a programas como o Brasil Sem Fome, tirou 24,4 milhões de pessoas da insegurança alimentar grave em 2023. Esses dados sugerem que muitos beneficiários estão conseguindo independência financeira.
Desafios para as famílias
Por outro lado, a saída repentina do programa pode ser um desafio. Para algumas famílias, a renda extra não garante estabilidade a longo prazo. Imagine uma mãe solo que consegue um emprego, mas enfrenta custos altos com moradia ou saúde. Sem o benefício, ela pode voltar à vulnerabilidade. O Retorno Garantido, que dá prioridade para reingresso no programa, é uma segurança, mas o processo de recadastramento pode ser um pouco mais complicado.
Dúvidas frequentes
- Por que tantas famílias foram cortadas do Bolsa Família em julho?
Cerca de 1 milhão de famílias foram desligadas por causa do aumento de renda acima de R$ 759 por pessoa ou por atingirem o prazo de 24 meses na Regra de Proteção. - O que é a Regra de Proteção?
É uma medida que permite receber 50% do benefício por até 12 meses, dependendo da regra, se a renda per capita estiver entre R$ 218 e R$ 706. - Como funciona o Retorno Garantido?
Famílias que saem do programa por aumento de renda podem voltar com prioridade em até 36 meses, caso retornem à situação de pobreza. - O Cadastro Único influencia os cortes?
Sim, a modernização do CadÚnico identificou irregularidades, como cadastros duplicados, levando à exclusão de beneficiários. - Como evitar a suspensão do benefício?
Atualizar os dados no CadÚnico regularmente e cumprir as condicionalidades, como frequência escolar e vacinação, é essencial.
A exclusão de 1 milhão de famílias do Bolsa Família reflete um Brasil em transformação, com mais empregos e menos pobreza, mas também levanta preocupações. Será que todas essas famílias estão realmente seguras financeiramente? Ou algumas ainda precisam de apoio para não voltar à vulnerabilidade? A modernização do CadÚnico e as novas regras mostram um esforço para equilibrar o orçamento e combater fraudes, mas o impacto social desses cortes ainda está em debate.
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